Aqui você encontrará textos e coisas que é bom saber e que relacionados com a química, espero que você goste !
COMPRESSAS DE EMERGÊNCIA
Uma aplicação
interessante do calor de dissolução são as compressas de emergência, que estão
à venda em vários países. Elas são usadas como primeiro-socorro nas contusões
sofridas, por exemplo, em práticas esportivas. Existe a compressa quente, que é
um saco de plástico com uma ampola de água e um produto químico seco (cloreto
de cálcio ou sulfato de magnésio, por exemplo). Com uma leve pancada, a ampola
se quebra e a água dissolve o produto químico, liberando calor: CaCl2 (s) "
aq CaCl2 (aq) ΔH % #82,7 kJ/mol Analogamente, a compressa
fria contém um produto químico de dissolução endotérmica (como nitrato de
amônio, por exemplo). NH4NO3 (s) " aq NH4NO3 (aq) ΔH % "26,3 kJ/mol Essas
compressas não são reutilizáveis e seu efeito dura cerca de 30 minutos.
HIDROGÊNIO —
COMBUSTÍVEL DO FUTURO?
O primeiro estágio de
propulsão do ônibus espacial norte-americano é formado por dois foguetes laterais, que contêm
H2 e O2, os quais reagem segundo a equação:
Note que esses
processos partem de combustíveis fósseis, que trazem as desvantagens já apontadas—a
poluição ambiental e o esgotamento desses combustíveis. Uma alternativa
atraente é a decomposição da água (H2O H2 " 0,5 O2), pois a água é
praticamente inesgotável na natureza e, além disso, seria recuperada na própria
combustão do hidrogênio (H2 " 0,5 O2 H2O). O grande
problema é que a
decomposição da água se torna muito cara, pois exige muita energia. Essa
decomposição pode ser feita por meio de eletrólise, mas o alto consumo de eletricidade
torna esse processo antieconômico — o que pode ser resolvido se, no futuro, o
melhor aproveitamento da energia solargerar eletricidade a baixo custo.
Buscando um caminho diferente para produzir o hidrogênio, cientistas estão
tentando imitar a síntese clorofiliana, realizada pelos vegetais, na qual a luz
solar é aproveitada para decompor a água. Somente o futuro mostrará a
viabilidade desses processos. O segundo grande problema no uso do hidrogênio é
a sua armazenagem. O gás hidrogênio tem densidade muito baixa (1 mol de H2 pesa
2 g e, nas CNPT, ocupa 22,4 L; sua densidade, portanto, é igual a 2 /22,4= 0,089g/L,
nas CNPT). Conseqüentemente, armazenar hidrogênio requer ou recipientes muito
grandes ou, após muita compressão, recipientes metálicos resistentes—isto é, de
paredes grossas, portanto muito pesados. Outra opção seria liquefazer o
hidrogênio, mas essa operação é difícil e cara, pois o hidrogênio somente se
liquefaz a #253 °C; e, uma vez liquefeito, deve ser guardado em recipientes
resistentes e com isolamento térmico perfeito. Para complicar ainda mais o
problema da armazenagem, o hidrogênio é altamente inflamável — haja vista os
acidentes com o dirigível Hindenburg (foto 1) e com o ônibus espacial
Challenger (foto 2).
Não se esqueça,
porém, de que é vencendo dificuldades que a ciência e a tecnologia evoluem.
Assim sendo, o hidrogênio ainda pode vir a ser talvez num futuro bem próximo o
combustível “limpo” de que tanto necessitamos.
O NASCIMENTO DAS
PILHAS ELÉTRICAS
O médico italiano
Luigi Aloisio Galvani nasceu em 1737 e faleceu em 1798. Em 1786, ao tocar com um
bisturi a perna de uma rã morta e dissecada que estava próxima a um gerador
eletrostático, notou que a perna do animal sofria fortes contrações. Fez
experiências com pernas de rãs em face de descargas atmosféricas e observou as
mesmas contrações. Finalmente, registrou fenômeno idêntico quando a perna da rã
estava pendurada num gancho de cobre e, ao ser balançada pelo vento, tocava uma
estrutura de ferro. Pensando como médico, Galvani criou uma teoria admitindo a
existência de uma eletricidade animal, que seria responsável pelas contrações
observadas.
Do nome de Galvani
derivam termos atualmente muito usados, como: células galvânicas, para as pilhas;
galvanômetros, para os aparelhos que indicam a existência de uma diferença de
potencial; galvanoplastia, para os recobrimentos metálicos obtidos por
eletrólise; etc. O físico italiano Alessandro Volta nasceu em 1745 e faleceu em
1827. Volta refutou as idéias de Galvani sobre a existência de uma eletricidade
animal. Para Volta, a perna da rã era simplesmente um condutor de eletricidade,
que se contraía quando entrava em contato com dois metais diferentes. Estudou,
então, a reatividade de vários metais, notando que uns eram mais reativos que
outros; essa constatação foi, sem dúvida, o embrião da fila de reatividade dos metais
que hoje conhecemos. Aprofundando suas pesquisas, Volta construiu, em 1800, a
primeira pilha elétrica, empilhando discos de cobre e de zinco, alternadamente,
separados por pedaços de tecido embebidos em solução de ácido sulfúrico (foi
desse empilhamento que surgiu o nome pilha). Desse modo, o ser humano
conseguiu, pela primeira vez, produzir eletricidade em fluxo contínuo. Essa
experiência foi apresentada em Paris, em 1801, a Napoleão (foto ao lado), que
distinguiu Volta com a medalha da Legião de Honra. O sucesso da invenção de
Volta foimuito grande: imediatamente, muitos cientistas passaram a construir
pilhas cada vez maiores parasuas experiências; um exemplo foi a pilha de 2.000
pares de placas, construída pela Sociedade Real de Londres. Isso propiciou
descobertas muito importantes nos campos da Física e da Química. Assim, por
exemplo, o cientista inglês Humphry Davy (1778-1829) conseguiu, em 1807, isolar
pela primeira vez o sódio e o potássio, por meio de eletrólises; no ano
seguinte, Davy isolou o bário, o estrôncio, o cálcio e o magnésio; foram então
isolados seis novos elementos químicos em apenas dois anos! Em 1834, Michael
Faraday (1791-1867) conseguiu determinar as leis quantitativas da eletrólise.Do
nome de Alessandro Volta derivam os termos: volt, medida de diferença de
potencial; voltímetro, aparelho para a
medida da diferença de potencial; célula voltaica, para as células
eletrolíticas; etc. Oquímico inglês John Frederic Daniell nasceu em 1790 e
faleceu em 1845. Daniell inventou o higrômetro de condensação e a pilha
elétrica que já descrevemos e que leva seu nome. O ponto importante foi ele ter
substituído, nas pilhas, as soluções ácidas, que produziam gases tóxicos, pelas
soluções de sais. Como salientamos várias vezes, a história da ciência é
conseqüência do trabalho de muitos pesquisadores, que vão gradativamente
descobrindo e aperfeiçoando modos de controlar os fenômenos até chegar a
aplicações práticas de grande importância, tais como a enorme variedade de pilhas,
baterias e acumuladores que usamos em nossos dias.
FONTES: Feltre, Ricardo, 1928- .
Química. Volume 2 / Ricardo Feltre. — 6. ed. —São Paulo : Moderna, 2004.
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