Lei de Hess???
Lei de Hess: é a variação de entalpia (quantidade de calor
liberada ou absorvida) em uma reação química depende apenas dos estados inicial
e final da reação.
Para explicar essa lei, utilizaremos um exemplo bem simples:
Para transformação de C (grafite) + O2 (g) em CO2
(g), podemos admitir dois caminhos diferentes, conforme o esquema adiante:
- Diretamente (primeiro caminho);
- Através do CO (g) (segundo caminho);
A essas duas alternativas correspondem os seguintes valores
experimentais, para as variações de entalpia (supondo pressão e temperatura
constantes):
Primeiro
caminho: C (grafite) + O2 (g) → CO2 (g) ∆H = -393,3 kJ
Segundo caminho: C (grafite) +½ O2 (g) → CO2 (g) ∆H = -110,3 kJ
C (grafite)
+ ½O2 (g) → CO2 (g) ∆H = -283 kJ
Somando: ∆H1
+ ∆H2 = - 110,3 – 283
∆H1 + ∆H2 = - 393,3
kJ
Portanto: ∆H = ∆H1 + ∆H2
Graficamente:
Generalizando, dizemos que “partindo-se sempre de um mesmo
estado inicial e chegando-se sempre a um mesmo estado final, ∆H sempre será o
mesmo, quer a reação seja direta, quer ela se efetue em várias etapas” (ou
ainda, o ∆H independe do caminho percorrido durante a reação).
Essa constatação serve para confirmar que cada estado tem uma
entalpia ou conteúdo de calor (H) fixo e bem definido:
- No estado inicial: Hinicial tem valor fixo;
- No estado final: Hfinal também possui valor fixo.
Em outras palavras, a entalpia é função de estado. Consequentemente, o valor de ∆H
(∆H = Hfinal - Hinicial) será também fixo e bem definido, não dependendo das etapas ou estados intermediários. Por esse
motivo, a lei de Hess é também chamada lei
dos estados inicial e final. Embora tenha surgido
independentemente, a lei de Hess pode ser considerada, atualmente, como uma
simples consequência do princípio da conservação de energia ou do primeiro
princípio da termodinâmica.
1.1 Conseqüências da lei de
Hess
1a) As equações termoquímicas podem ser somadas como se fossem
equações matemáticas
Retomando o exemplo anterior, temos:
Daí a lei de Hess ser também chamada de lei da soma dos calores de reação. Essa técnica de somar equações é muito útil, pois permite calcular
o ∆H de
certas reações cuja execução experimental
é muito difícil e, às vezes, impossível.
2ª) Invertendo uma equação
termoquímica, devemos trocar o sinal de ∆H.
Esse fato deve forçosamente acontecer porque, somando
uma equação à sua inversa, o resultado final deve ser zero. Por exemplo:
Em outras palavras,
isso representa a conservação
de energia entre os estados
inicial e final:
3ª) Multiplicando (ou
dividindo) uma equação termoquímica por um número diferente de zero, o valor de
∆H será também multiplicado
(ou dividido) por esse número.
Basta imaginar a equação somada a si própria várias
vezes.
Fonte: Feltre, Ricardo, 1928- .
Química / Ricardo Feltre. — 6. ed. —
São Paulo : Moderna, 2004.
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